terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Mas o pior é eles serem esquecidos e saberem disso. Os que conheciam esqueceram-nos porque pensam em outra coisa, e isso é bem compreensível. Quantos aos que amam, esqueceram-se também, pois são forçados a esgotar-se em diligências e projetos para retirar-los dali e, de tanto pensarem nessa saída, já não pensam naqueles que queriam retirar. Também é normal. Afinal, vê-se que ninguém é realmente capaz de pensar em ninguém, ainda que seja na pior das desgraças. Porque pensar realmente em alguém é pensar de minuto a minuto, sem se deixar distrair pelo que quer que seja: nem os cuidados da casa, nem a mosca que voa, nem as refeições, nem uma coceira. Mas há sempre moscas e coceiras. É por isso que a vida é difícil de viver. E eles sabem disso muito bem."

Albert Camus

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Last days of magic, where are you?

Hoje descobri que eu perdi uma festa (pausa dramática).
Pode não parecer nada, mas se você acompanhar meu raciocínio, você (seja lá quem tu fores) verá que eu tenho meus motivos para estar tão desesperado à ponto de escrever essa postagem.
Desde que eu comecei o Ensino médio, tudo na minha vida vem acontecido muito rapidamente, mas muito rapidamente MESMO. Uma hora não é mais um período de tempo que demorava horrores pra passar como era na minha infância. O aumento na carga de tarefas faz com que eu não perceba a passagem das horas. Pra piorar, esses últimos três anos foram os melhores da minha vida e estão passando mais rápido que nunca (você dificilmente me verá falando da minha infância de maneira nostálgica, porque minha infância foi uma porcaria, ao passo que minha adolescência não é lá muito animada, confesso, mas dá de 10 à 0 na nada saudosa aurora da minha vida). Pra piorar mais ainda, dentro de pouco tempo eu farei faculdade e eu farei uma faculdade pela qual eu quero me dedicar de corpo e alma até meu corpo e mente não aguentarem mais. Ao contrário da maioria dos vestibulandos eu não me vejo como uma pessoa que vive em festas da faculdade no futuro (não, eu não vou virar um nerd antissocial, festas apenas não são prioridades). Tendo isso em vista, imagine uma voz na minha cabeça gritando 24h por dia: "tá acabando o tempo", cada vez que eu piso na rua, cada vez que eu levanto, cada vez que eu sento no vaso sanitário pra cagar... eu sinto que eu preciso aproveitar minha vida nos próximos 300 e poucos dias que me restam de 2009 à novembro-começo de dezembro de 2010. Portanto, pra mim, perder uma festa é perder mais um dos poucos momentos de alegria que ainda me restam em Sorocaba. Perder um dos poucos momentos de alegria da minha vida disperta. Pois à partir de 2011, tudo pra mim são trevas, é o desconhecido, é a morte do meu eu-presente e o nascimento do meu futuro desconhecido.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Top 10 revistas que eu assinaria numa boa

1. Bravo!
2. Carta Capital
3. Vogue
4. Cult
5. Pitchfork
6. Veja
7. NME
8. Monet
9. Dazed & Confused
10. Info

alguém quer me dar um super presente de Natal?

A epidemia que se estende

"Nós estamos no último promontório dos séculos! [...] O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, porque criamos a velocidade eterna e onipresente."
(Filippo Tommasio Marinetti em "O Manifesto Futurista". Paris: Le Figaro, 1909, 8º parágrafo.)


Pois é, gostaria eu que o Manifesto Futurista estivesse errado, mas não está e eu estou sentindo na pele a verossimilhança desse parágrafo acima supracitado. Resumindo: comecei a ver um filme pelo pc, faltam uns 50 minutos pra acabar e, apesar de eu estar gostando dele eu não aguento mais assistir. A ansiedade toma conta de mim, a tentação de pausar o filme e clicar na raposa do Firefox e fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo ao invés de ficar apenas sentado, vendo filme. Pois é, criamos a velocidade eterna e onipresente. Afinal, a partir do momento em que você aprende a deixar sete janelas do seu computador abertas, cada uma subdividade em 3 abas, é facil ficar olhando pro monitor e enxergar apenas um filme rodando?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Humanos vs humanos 10∞th round

Estava eu todo contente, surfando num foguete chamado internet quando vi a lista de blogs da revista Bravo!, e resolvi checar o blog do poeta Ferreira Gullar (http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/). Vi uma aba escrita "Lado B", onde ele publicou alguns de seus desenhos e colagens e confesso que fiquei surpreso. Não, eu não entendo absolutamente nada de artes plásticas, mas os desenhos do escritor me encantaram, principalmente pela formação de elementos urbanos como prédios e bules de café através de figuras geométricas sobrepostas que, olhando-as separadamente lembram desenhos indígenas. Veja essa imagem que eu postei, por exemplo. Um fundo que indiscutivelmente lembra uma estampa de zebra atrás de uma pila de triangulos, losangos, retângulos e quadrados que separadamente parecem algo como uma estátua indígena, mas que visto como um todo forma um prédio sob um enorme bule de café. Embaixo disso tudo, há um retângulo que abriga quatro triângulos que lembram cabanas de índios norte americanos. Na esquerda e na direita, mais listras de pele de animal. Será que ao desenhar um prédio em cima das cabanas indígenas, Gullar quis ilustrar a imposição da sociedade capitalista sob a cultura indígena? Será que as tímidas listas verdes ilustram a pouca mata nativa que ainda resta na sociedade contemporânea?
Como eu disse, eu não entendo de artes visuais, mas eu encaro as artes como uma imensa fonte de questionamentos ilustrados cujas respostas não existem necessariamente. Tendo isso em mente, resolvi escrever esse singelo texto e exprimir a reação do meu ego ao se deparar com o desenho acima colado.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O escafandro e a borboleta

Sua manhã não passou de alguns vagos sonhos e a lembrança de cambalear em direção ao banheiro, lavar o rosto, escovar os dentes e se preparar para mais um dia incerto. Almoçou com uma vontade estranha, pois seu estômago ainda sonolento não estava dando sinais de que iria conseguir encarar tanto carboidrato e proteína, mas felizmente correu tudo bem. O dia correu, ora verde, ora rosa, ora azul, até que ele terminou cinza. Um cinza ainda pálido, tímido que, conforme o crepúsculo avançava, ia atingindo adquirindo um tom chumbo cada vez mais marcante. E então ele se livrou daquele escafandro cinzent e pesado e sua alma se revelou uma borboleta reluzente, colorida, inspiradora que, durante horas voou noite adentro com uma liberdade assustadora. Mas como não há lugar mais seguro que seu lar, a linda borboleta voltou para a segurança de seu escafandro que já não estava tão cinzento e nem tão pesado assim. Se o aparato vai continuar a dar apenas segurança e apoio para a frágil borboleta só o tempo pode dizer, mas como esperança é a última que morre, para que se preocupar?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Marli lança novo álbum em fevereiro


A baiana Marli lança, no próximo carnaval, o seu sexto álbum "Instalações Noturnas". Esse novo disco ilustra a fascinação que a cantora tem pelo universo industrial, pelas artes, pelo jogo de palavras e, é claro, pelo tetricismo (gosto esse que ela vem mostrando desde o início de sua carreira com músicas como 'Rainha das Trevas', 'A Mula sem Cabeça Vai Te Pegar' e 'Vai pro Inferno').
Segundo a própra, o título do cd é plurissignificativo. Pode significar tanto as instalações da arte ou as instalações elétricas. Porém cada música é uma instalação indepentente mas elas tem em comum o fato de fazerem parte de um mesmo universo. Sonoramente falando, o disco é uma novidade na carreira da cantora, pois contém três faixas instrumentais. Sua atmosfera sombria é considerada pela intérprete como "a trilha sonora da jornada mágica e misteriosa noite adentro" e contém traços de ritmos como jazz, blues, rockabilly, ambient music e influências de carnival music e hip-hop.
Todas as novidades sobre o cd podem ser acompanhadas no site oficial da cantora: http://www.marlionline.com.br/

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Postagem escrita ao acaso

São 2h30 da manhã, estou tendo uma profunda crise de ansiedade que não me deixa dormir e amanhã eu terei uma prova que me fez perder o show do Copacabana Club na inauguração do Ateroid Bar. Daí eu lembrei que eu tenho que entregar o DVD do Dragon Ball pro Filipe amanhã no inglês, e resolvi passar pro pc. Tô morrendo de fome, então peguei um pacote de bolachas e uma garrafa d'água na cozinha pois nem eu mesmo aguento mais ficar entrando e saindo do quarto toda hora (minha porta range horrores e eu sei que eu não vou me contentar com apenas UMA bolacha rere). Não vou nem chegar perto de algum livro porque eu não vou conseguir ler e isso só vai me frustrar.


Assim nasceu este texto. Regurgitado por Rafael Duarte às 02:30.

Playlist da noite

Enquanto estudo pra prova de inglês amanhã, ouço:

-Jónsi - Boy Lilikoy
-Shout Out Louds - Walls
-Bat for Lashes - Moon and Moon
-Daïtro - Chaque Seconde
-The Cribs - We Share de Same Skies
-Chico Buarque - Desalento
-Hole - Celebrity Skin
-Joan As Police Woman - Flushed Chest
-Julie Doiron - No More
-The Kodan Armada - Say Something
-The Dead Weather - A Child of A Few Hours Is Burning to Death
-The Kills - No Wow/Telephone Radio Germany
-PJ Harvey - Rid of Me

sim, estou viciado em listas [2]

5 palavras gostosas de se pronunciar

Sim, eu estou viciando em listas

-Entorpecente
-Hipocondríaco
-Linguística
-Leviandade
-Letargia

Dez melhores livros lidos em 2009

Lista feita na hora

-Sagarana - João Guimarães Rosa
-A Confissão de Lúcio - Mário de Sá-Carneiro
-Laços de Família - Clarice Lispector
-Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
-O Existencialismo é um Humanismo - Jean-Paul Sartre
-Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe
-Crime e Castigo - Fiódor Dostoiévski
-Vidas Secas - Graciliano Ramos
-Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
-O Cortiço - Aluísio de Azevedo

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Recordar é viver

Graças a Deus!

Hoje eu fui levado até o fórum, onde eu trabalhei como estagiário entre agosto de 2008 e janeiro de 2009. Logo na entrada eu já senti sensação de angústia e a vontade descontrolada de voltar pra casa, tão comum na época em que eu trabalhava lá. A diferença é que, agora que eu não tenho mais nenhum vínculo empregatício naquele lugar, eu percebi que o que eu sentia não era preguiça de trabalhar, mas eu recebia em cheio aquele ar carregado, aquela atmosfera de ódio, brigas, imposição de poder, inveja, etc. Tão comum em qualquer lugar do mundo, mas que no poder judiciário se faz muito mais presente. Thank God eu não mais pretendo fazer faculdade de Direito (agora entendo porque sempre foi tão comum ouvir falar em suicídio entre os estudantes da Faculdade de Direito da USP), acho que iria enlouquecer, já que ficava angustiado só de ver aqueles velhos colegas de trabalho, garantindo seu ganha-pão num abiente tão depressivo e angustiante.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Maçã no Escuro, pág. 211

"Não poderia [escrever um romance]! Saltou o professor, e aí é que está! Não poderia , exclamou penoso, não poderia porque tenho todas as soluções! Já sei como resolver tudo! Não sei como sair desse impasse! Para tudo, disse ele abrindo os braços em perplexidade, para tudo tenho uma resposta"

Ler Clarice é, definitivamente um trabalho penoso. Mas é o tipo de desafio que te engrandece, que te marca para sempre, porque ela entra no universo do personagem de maneira tal que você fica abismado com a riqueza de detalhes e com a maneira poética da autora mostrar esse universo intimista. Dos livros dela que eu já li(A Hora da Estrela, Perto do Coração Selvagem, Laços de Família, A Paixão Segundo G.H., e agora A Maçã no Escuro) esse último tem sido o mais penoso de todos. Só não foi mais difícil do que Perto do Coração Selvagem pois eu, na época um pobre garoto que não conhecia nem Dostoievski e encantado com a habilidade da então desconhecida autora em descrever a personagem Macabéa no idolatrado "A Hora da Estrela" fui pego de surpresa por um livro estranho, com textos reflexivos que exigiam demais da minha capacidade de concentração e interpretação. Depois de reler o tal livro três vezes e me aventurar em outras obras, eis que denovo eu me vejo nesse impasse: as belas palavras de Clarice não tem nexo pra mim.
A Maçã no Escuro conta a história de um engenheiro carioca que cometeu um crime e passa por um processo de depuração numa fazenda que pertencem a um par de primas: Vitória e Ermelinda. Pessoalmente, posso dizer que até certo ponto do livro, tudo transcorria tranquilamente e eu conseguia lidar com o jeito clariciano de escrever sobre alguém e seus atos. Mas ultimamente, esse livro de 320 páginas virou uma espfinge indecifrável e tenho medo desta me devorar. Não vou entrar em detalhes: posso me confundir, posso acabar falando demais ou mesmo descobri que essas três semanas que estou tentando ler o livro não descobri nada além de uma visão geral da obra. Parte da culpa por não conseguir digerir os (in)decifráveis parágrafos do livro é minha, já que eu escolhi ler um livro que merece toda a atenção do mundo numa época da minha vida onde a ansiedade, um "mal" que eu carrego desde epigênisis da infância (não poderia concluir essa postagem sem uma brinks, se não entendeu joga no google), está me atrapalhando a vida profundamente.
Por enquanto, a única solução que eu vejo é reler em outra época, assim como eu fiz com Coração Selvagem, até lá, verei o que faço com as 80 úlimas páginas.
PS: Eu entendi o parágrafo que eu supracitei.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COOOORAÇÃO LIGADOOOOOO

beat acelerado!



E é nesse clima de nostalgia, alegria, bateria, micareteria e lomografia (gente, eu não faço ideia do que signifique isso, mas eu amo falar lomografia <3) que este aprendiz de blogueiro por trás dessas linhas passa sua fria noite de 8 de dezembro de 2009. E por que eu, uma pessoa tão cinza, tão "today is the saddest day of my life" (em inglês mesmo pra dar mais drama), tão café preto e chocolate amargo está tão radiante e saltitante? Bem, lá vai:
-Tive o melhor amigo secreto da minha vida, pois além de estar em um dos últimos momentos com as pessoas que eu mais amo na minha vida (que fiquei bem claro que o último momento é sempre adiável), eu ganhei tudo que uma bichinha da humanas como eu poderia querer: um livro e um pinto (detalhe: o pinto é de chocolate e o livro é o "Agosto", do Rubem Fonseca). -Minha primeira consulta com uma neurologista depois de uns 8 anos foi um sucesso, ela é um amor e me passou umas diks demais. -Fiz as pazes com minha cama e dormi das 15:ooh às 20:30h.
-Comprei uma das camisetas mais gays ever e o melhor que foi meu pai que pagou.
-Hoje começa uma nova minissérie onde a Susana Vieira faz papel de perua *-*.

Enfim, o importante é que estou abandonado esse lado azul da minha vida para dar mais arco-íris ao meu dia-a-dia começando por hoje. Só espero no futuro não esquecer esse maravilhoso 8 de dezembro de 2009.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Me rendi

aos prazeres do twitter

é gente, acontece. Agora posso viajar à vontade, e finalmente descobrir pra que diabos existe o twitter. O único problema é que eu mal o criei e já estou me irritando com tal 7ª maravilha da internet. Isso não é bom, me faz me sentir velho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Novo desktop

Acabei de trocar de wallpaper, o já antigo wallpaper retrô formado por uma parede onde estão pendurados dois quadros (um com uma mulher cochichando na orelha de um velhinho com cara de quem tá quereEeEeEEEeEeEeEndo e outro com uma pimenta) que eu peguei no site da Chilli Beans (que por acaso já non ecziste mais porque eu acabo de entrar no site e nada) foi substituído pelo simples, depressivo e poético papel de parede do filme Mary & Max que, por sinal, recomendo a todos os pobres mortais que tiverem tempo para apreciar essa linda e inusitada película.
Os interessados em ver a imagem acessem o link porque eu não tô com ânimo de editar a foto pra postar aqui
http://www.maryandmax.com/downloads/wallpapers/mirror_1024.jpg



A profecia

Imaginem a situação: estou eu tranquilamente olhando as notícias no site da folha, quando eu vejo uma manchete escrita: Brasileiros aceitam pagar para conter aquecimento. Na mesma hora minha mente consumista pensou: PERA LÁ, ninguém pediu minha opinião!
Não, eu não quis dizer que eu não estaria disposto a colaborar caso fosse necessário, simplismente acho que cobrar impostos não é uma saída nem um pouco inteligente para o problema da emissão de poluentes de nossa terra tupiniquim. Quer dizer, já posso até imaginar a cronologia dos acontecimentos:
06/12/2009: Datafolha divulga o resultado da pesquisa, no qual consta que 56% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais impostos para conter a emissão de gases poluentes.
07/12/2009: Algum político espertchénho afim de aproveitar essa boa vontade de seus eleitores, resolve criar um projeto de lei para criar o tal imposto, que chamaremos de IPA (Imposto Pró-Atmosfera).
23/12/2009: Após passar por alguma intriga da oposição e pela manifestação de alguns universitários rebeldes, a lei é aprovada.
01/2010: Ano novo, vida nova, imposto novo, dinheiro novo indo pro porco gordo do governo.
08/2010: Todo mundo já esqueceu da tão (in)justa contribuição, a poluição continua a mesma e ainda DE BRINDE os brasileiros recebem os primeiros escândalos de desvio de dinheiro do IPA.
12/2010: Copenhagen dá uma comida de rabo no presidente, mas mesmo assim nenhum dos envolvidos no escândalos recebem nenhuma punição.
Podemos passar por isso e, ou então os governos federais, estaduais, etc, podem criar projetos de abatimento fiscal para pessoas físicas ou jurídicas que incentivarem a redução na emissão de poluentes no país. E aí, qual vai ser?

sábado, 5 de dezembro de 2009

All of a sudden, I miss everyone.

Meus conterrâneos fernandoprestenses já devem estar cansados de ouvir gente lendo textos, ver frases, músicas, etc. que falam dessa nossa triste e inevitável despedida que algum gramático insensível e que com certeza não estudou na ETec Fernando Prestes apelidou de "formação acadêmica". Mas nem ligo se o texto é repetitivo, pois três anos de amizades, de aprendizado, de alegrias, tristezas ou, para ser mais diretos, os três anos que mais me marcaram na minha vida merecem um humilde texto como esse onde eu possa expressar o quanto tudo isso foi importante pra mim e o quanto eu vou sentir falta dessas manhãs mágicas.
Eis que chega 08 de fevereiro de 2007. Uau, que crescido que estou, já entrei no ensino médio e, puta merda, passei no meu primeiro processo seletivo, como sou inteligente! Mau saberia eu que em uma semana, toda esse sentimento de grandeza cairia por terra. Descobri que durante todo esse tempo eu era simplismente um peixe grande em um lago pequeno mas, por paradoxal que seja, isso me deixou muito feliz. Toda aquela gente doida, aqueles professores doidos, esse estranho lema "liberdade com responsabilidade" tão contrastante com o regime quase militar que me impunham no Ensino Fundamental... tudo isso me fez chegar à conclusão que tinha valido a pena aquele domingo de verão perdido.
A patir daí o tempo não passou, ele correu, voou, escorreu por entre os dedos, e 2007 acabou com uma velocidade estonteante. Bem, não dá pra voltar o tempo né? Que venha 2008.
Ano novo, gente nova para zoar, não sou mais um calouro, sou um veterano! Que maravilha. Alguns podem dizer que 2008 foi sem sal, que o primeiro ano deu de dez a zero no segundo, mas eu digo: caímos na rotina, nada mais era novo, acabou o encanto da primeira vez, 2008 foi o ano em que deixamos de lado o ufanismo para encarar os defeitos de nossa amada escola.
Mais uma vez, o ano escorreu entre os dedos e, se me pedissem para adjetivar o ano seguinte eu diria que ele foi intenso. De repente, não mais que de repente eu estava no último ano, somos vestibulandos, estava quase atingindo a maioridade, precisava correr atrás do tempo perdido e, ao mesmo tempo, aproveitar meus preciosos minutos como nunca. Mas isso não significa que no meio dessa tensão não houve espaço para diversão. Muito pelo contrário, vendo o fim chegando cada vez mais perto, aproveitei cada segundo como se fosse o último.
Tudo que é bom dura pouco, não seria diferente com relação à nossa amada escola. A tristeza por abandonar aqueles que mais amo, a ânsia em querer saber o que será daqui pra frente, a alegria em ter consciência que finalmente agora darei meus próprios passos e o medo de falhar se misturam dentro de mim. Não sei se estou feliz ou triste. O que sei é que se for pra lembrar de algo bom, lembrarei de cada segundo que passei junto com vocês.

sábado, 28 de novembro de 2009

Vontades

Tem gente que all of a sudden tem vontade de comer, ou de tomar banho ou de... sei lá, só sei que me deu vontade de escrever. É bom, porque assim eu dou um F5 no conteúdo desse blog que, convenhamos, está bem esculachado (nunca lembro se é com ch ou com x, o dicionário está fora do alcance das mãos e o google é chato).
Bem, hoje faz uma semana que eu fui atingido por essa curiosa moléstia chamada caxumba que está me enchendo o saco (já que eu não posso sair e nem fazer esforço e nem pegar vento de jeito nenhuma), apesar de ter me dado algo que há meses eu venho sonhando: tempo livre. Tempo livre esse que eu venho aproveitando para ler, estudar francês, fofocar no msn e até assistir televisão. Ainda vou ficar de molho mais uns dias, mas quando eu sair do "castigo" eu vou... SAIR DE CASA AAEAEAEA /rbd.
Pra não dizer que eu não saí em momento nenhum eu fui pro P.A. da Zona Oeste terça (acho) onde eu fiquei lá até não aguentar mais fazer sudoku nem ler minha querida Clarice e hoje eu fui ao mercado comprar [love]biscoito[/love]. Para minha decepção não tinha Trakinas meio-a-meio, mas e daí? Tinha passatempo que eu comi e escondi pro meu irmão não devorá-la em segundo -risos.
O tédio está começando a tomar conta do meu ser, logo desligarei essa arma de alienação em massa chamada msn e fazer algo que preste (comer rs).
California Über Alles! Até mais.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

sentir vs. Sentir

Estou com a cara inchada, zumbido na orelha (sem falar nas dores esparsas), não consigo mastigar, minha boca está constantemente seca, morrendo de vontade de sair (porém sem condições OBVIAMENTE) mas uma felicidade totalmente (in)explicável surgiu e eu resolvi recussitar este blog. Agora é hora de tirar umas férias, fazer as coisas que eu adoro fazer mas nunca tenho tempo e, para celebrar, nada melhor que escrever

(...)tão consciente estava deste estado de carência plena que, por paradoxal que pareça, sentia-se completo. (Caio F. Abreu)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Arte de Escrever

Comecei hoje minha primeira (de muitas, Ó.B.V.I.O.) oficina cultural , que tem como tema a introdução em literatura africana de língua portuguesa. Comecei essa oficina por curiosidade mesmo (OMG, eu não acredito que eu estou falando isso, já é a terceira vez que eu repito essa ladainha só essa noite), porque pense: a África que nós conhecemos na escola (não digo nos noticiários porque quem me conhece sabe que eu sou um perfeito alienado das tendências e atualidades) não vai muito além do processo de divisão territorial africana no começo do século XX, antes da Primeira Guerra. Além disso, sabemos que de lá que nasceu o homem moderno, que é território onde nasceu a civilização egípcia e outras que eu não me lembro o nome; que há muitos conflitos causado pela imposição de etnias rivais num mesmo território ou pela presença de substâncias preciosas em determinadas regiões... nada muito além disso. Para nós pobres mortais alienados pela mídia, sim, mas mais por nós mesmos e nossa falta de força de vontade, a cultura africana é uma coisa muito exótica, muito tribal, com uma ligação à natureza muito forte à qual nos é difícil de imaginar.
Antes de eu ter a minha primeira aula eu pensava: como os autores de Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe adaptaram essa presença tão forte da sociedade tribal à uma coisa tão elitista, técnica e tão distante de sua realidade que é a produção de texto? Na minha cabeça, os autores dessas regiões pela própria pré-colonialista tinham muitas influências do Arcadismo (no sentido de adoração à natureza) e do Simbolismo (pelo culto à entidades e pelas religiões que lá nasceram). Mas com essa minha mínima introdução eu já percebi que não é nada disso.
Pense: produção literária não existe em sociedade tribal, logo ela não vai ser feita por pessoas que vivem em tribos, logo vai nascer em sociedades urbanas, logo a realidade é diferente daquela vivida pelas tribos, portanto o que eu pensei sobre a literatura africana caiu por terra.
Pelo que eu entendi dos autores angolanos (que serão estudados nessa e em mais três aulas, depois veremos os moçambicanos), eles se focam muito na luta pela independência de Angola, que só foi conquistada em 1975 e o primeiro presidente angolano é justamente um dos autores mais estudados nesse país: Agostinho Neto.
Essa aula me fez aprender muito mais do que uma simples amostra da literatura de Angola, me fez ver (mais uma vez, só que dessa vez com mais clareza) minhas necessidades, meus defeitos e, ao mesmo tempo minhas qualidades. Não digo que minhas aulas de literatura no ensino médio não me façam enxergar isso, muito pelo contrário, mas a diferença está em dois pontos:
1. Literatura estudada no ensino médio tem função epifânica sim. Mas a função do estudo da literatura na escola não tem como função fazer com que o aluno enxergue o mundo sob vários pontos de vista em várias épocas, e nem trazer o que o narrador ou o eu-lírico está transmitindo para sua vida (coisa que todo bom livro pode fazer). Ela serve pra te ajudar a enterpretar textos e passar no vestibular. Um curso opcional de literatura (ou de qualquer outras artes) não tem essa preocupação tão infame, que não faz com que uma pessoa enxerga o poder e a beleza da arte.
2. Por mais que eu adoro de paixão minha escola, os animais de tetas da minha sala, minha professora de língua portuguesa e literatura e toda minha vida escolar em geral, ver uma matéria sob outro ponto de vista, em outra situação, com outros interesses e cercado por outras pessoas causa outros resultados em mim mesmo.
Enfim, acho que só tenho a ganhar com essa oficina, por mais que aos olhos de outros, ela pareça inútil
PS.: Jéssica pare de reclamar de ter escolhido fazer esse curso, porque ele é mágico
PS#2.: Lizzie... estava com vontade de te incluir na postagem, e aqui estou
PS#3: Laés, mil disculpas de não ter te avisado antes sobre essa oficina. Semestre que vem a gente faz uma oficina de literatura dos brother!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Spleen

Este sapato está me apertando o pé... cara, como isso encomoda! Eu não estou conseguindo nem trabalhar direito com esse sapato me esfolando o dedão do pé, o que pra mim é grave, porque eu que sempre quis ter o trabalho que tenho não consigo relizá-lo. A dor causada pelo sapato se sobrepõe tanto ao prazer de trabalhar quanto à facilidade do tal trabalho, afinal serviço de escritório é sempre rotineiro, chega uma hora em que eu nem preciso mais pensar pra realizar esse serviço. Qual é meu serviço mesmo? O tédio está consumindo minha alma, está me fazendo ter lapsos de memórias seríssimos. Mas desde quando tédio influencia na saúde? Bem... o tédio acarreta stress... stress afeta a memória. Verdade.
Mas o sapato continua apertando meu pé. Quer saber... pensando bem eu nem gosto tanto assim de trabalhar. Carimbar, assinar, distribuir... meu Deus, quanta mediocridade e só agora, depois de mais de vinte anos fazendo isso, por causa de um mísero sapato de couro vegetal barato é que eu enxergo o quanto eu perdi nesses anos todos. Agora eu vejo que eu não gosto do meu trabalho, eu sou obrigado á gostar dele, desde antes de eu atingir a maturidade mental, antes do temido vestibular eu era orbigado a ouvir aquelas milhões de vozes retundantes que sempre pregavam o discrurso de que você-deve-trabalhar-com-aquilo-que-gosta-de-fazer-e-ganhar-muito-dinheiro-com-isso (apesar das últimas 5 palavras estarem implícitas nesse discurso). O que eu ganhei com isso? Um serviço enjoado, um casamento enjoado, refeições enjoadas, uma casa enjoada com dois filhos ainda mais enjoados. Bem, pelo menos eu consegui um bom capital com isso. E se tédio rendesse dinheiro, eu estaria ainda mais rico!
Onde que eu comecei mesmo? ah, sim, o sapato apertado...

domingo, 2 de agosto de 2009

2+2=5

Bem... acho que eles já foram embora. Ufa! mais um pouco e eles iam acabar me sufocando! Se eu sair vivo dessas eu vou espalhar vários cartazes pela cidade inteira: ABAIXO AS CIÊNCIAS EXATAS!. AAH, pare com isso, são apenas números! Não sei porquê todo mundo (sim, eu me incluo nisso) tem medo de números, eles são tão inocentes e bem feitos. Olha numeral 1 por exemplo. Admire sua melancolia, sua intensidade, daria para fazer um poema romântico onde o algarismo 1 seja o eu-lírico! AI NÃO, ELES ESTÃO VINDO DE NOVO, socorro, o que eu vou fazer?? Não adianta fugir deles, nem gritar, nem lamentar, nem tentar argumentar e nem sequer entender. Quer saber? Poesia o caralho, números são apenas números e estão destinados a não ser nada além disso!!! Tá, vamos ver o que eles querem:...................................................................................................................................................................?
OLOCO, mas será que não dá pra... NÃO, TÁ TUDO BEM, EU VOU TENTAR! Tou fazendo tudo errado, eu sei disso. Eles não vão gostar. Tá acabando o tempo, senhor, me dê uma luz!

Eis que no dia seguinte aparece a seguinte manchete: "Adolescente esquizofrênico foi internado ontem depois de ter uma crise durante uma prova".
Esquizofrênico? A mim vocês não enganam!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fui no supermercado...

...fazer compra do mês
O dinheiro tava curto
Mesmo assim me dei bem
Olhei para os dois lados
E não via ninguém
BOTEI TUDO NA CALCINHA
ENTÃO CHORA NENÉM!

TÁ, EU SEI, ESSA MÚSICA É INFAME. Mas sei lá, depois se debulhar em lágrimas e só não chorar mais porque acabou a água no meu corpo (não, eu não chorei tanto assim), as únicas coisas que eu tenho vontade de fazer agora são: Ouvir uma música bem trash (Danibrinks, por exemplo), escrever um texto qualquer, comer e ler um livro pra me distrair (nerdismo on).
Bem, a música esculachada eu já estou ouvindo, o texto eu já estou escrevendo, só falta comer e ler o livro. Mas voltemos ao texto, já que é isso que você leitor está preocupado, não é? O problema é : o que escrever? Não sei. Mas então por que não me calo? Por que se eu não escrever a palavra me engolfará para sempre em ondas. Olha que lindo *-*, pena que essa citação é da Clarice Lispector, não minha =~~. Mas o que eu posso fazer se é isso mesmo que eu sinto e não consigo achar um jeito melhor de expressar o que estou sentindo?
Sempre que eu passo por alguma frustração eu pego um pedaço de papel qualquer e uma caneta e vou escrevendo, até eu traduzir tudo o que eu estou sentido, sem faltar uma vírgula. O único problema disso é que enquanto eu não escrevo T-U-D-O eu fico ansioso pra chegar NAQUELE parágrafo, NAQUELA frase, NAQUELA palavra máxima, como se todo o contexto do meu sofrimento (atoron fazer a sofrida) estivesse sintetizado em uma frase. E essa frase precisa de um preparo no decorrer do texto para finalmente ser lida e causar o impacto desejado. Esse preparo me frustra, eu quero ir direto ao ponto. Mas ao mesmo tempo, se eu for direto ao ponto, as ondas que me engolfam não cessarão e a palavra ainda me afixiará. Posso resumir meus sentimentos em versos também. Mas daí eu tenho que passar por um processo de inspiração e principalmente paciência no qual eu (ainda) não atingi. Tá eu sei, só conseguirei praticando, mas por enquanto me contento com meus textos metalingísticos.
Resumo do dia:
9h30 - Celular desperta e (graças à Deus que me iluminou a mente) o toque não é aquele maldito Banana Phone que me acorda todo sábado há quase um ano.
9h45 - Decidi abandonar O Evangelho Segundo Jesus Cristo e comecei a ler As Intermitências da Morte, ambos do José Saramago.
10h30 - Eu lembrei que eu coloquei o ceular pra despertar pra poder limpar a casa. Como eu estava afim e essas vontades só dão uma vez na vida e outra na morte eu liguei o rádio no último volume e comecei a pilotagem de vassoura.
11h25 - Atrasado como sempre, fui tomar banho.
12h20 - Não me pergunte como, mas só conseguir sair de casas essa hora (sem almoço).
13h00 - Cheguei ao meu local de trabalho, depois de dar um pulinho na Esfiha do Príncipe rs, almocei e... ahn... esperei chegar algum serviço que o dia inteiro não veio rs.
14h00 - Dei uma escapada e fui até o Grande Otelo.
17h00 - Saí do trabalho, após muitas risadas, babados e trabalho que é bom nada (graças à Deus, porque essa semana foi dura!)
18h00 - Descobri que eu não ia dar rolê com a Kah, que a Jéssica e a Lizzie não poderão vir aqui em casa sábado, que eu provavelmente não darei rolê hoje e que a Lizzie não vai sair comigo e com a Jéssica amanhã independente de tudo e fiquei muito muito muito MAS MUITO PUTO.
Agora são 19h13.

Bem... acho que é só, eu tou com fome e já passou aquela sensação de palavras engasgadas. Um beijo.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Ceremony

I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, it's got to be this time
Avenues all lined with trees
Picture me and then you start watching...
Watching forever, forever
Watching love grow, forever
Letting me know, forever.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Você é o que você come

Cronograma alimentar meu de 24-06-2009:
6:00h - pão com margarina e leite com algum chocolate barato, como de praxe
11:30h - arroz e quibe vegetariano de forno (excepcionalmente sem salada nem refogados)
14:00h - paçoca
15:30h - barra de cereais sabor chocolate
17:30h - esfirra de queijo e empada de palmito e suco de abacaxi (FINALMENTE NÃO ENGOLI SECO!)
19:30h - laranjas e maçãs
22:00h - granola com leite e uma pitada de açúcar.

Magro, com acúmulo de gordura abdominal, sintomas de anemia, músculos magérrimos, vegetariano, hipocondríaco, amante de doces. Não parece ser a descrição de um adolescente saudável, mas essa é a minha realidade. E se eu sou o que eu como, então cuidado, porque eu sou uma bomba!
Desde os 15 anos eu sou vegetariano. Tudo bem que eu adotei uma filosofia de vida pra mim e apliquei ela na minha alimentação e, consequentemente, isso mudou (e ainda muda) a minha vida para sempre. Mas existe um animal grotesco, repgnante e traiçoeiro que é apelidado de passado e esse tal passado impede muitas pessoas de mudar de vida, e abandonar seus velhos vícios. E a razão pela qual nasceu essa postagem é essa minha... ahn, como poderei dizer? Incapacidade? não... muito forte. Dificuldade, talvez? Soa meio dramático... Falta de jogo de cintura em relação às mudanças de hábitos.
Mães sempre se preocupam com a alimentação dos filhos. Quando não é de menos é demais, mas eu sei que no meu caso, a forma como me alimento é, assim, um pouco não recomendável, rs. Abandonar minhas paixões gordurosas é muito penoso pra mim, e creio que isso não surtirá tanto efeito assim. Me resta a opção de acrescentar novos ingredientes à minha "receita de vida". Mas acontece o seguinte: eu saio 6:30h da manhã, chego no MÍNIMO DO MÍNIMO às 17:45, daí eu já tenho que pensar em lição, trabalho, prova, vestibular, lavar a louça, arrumar o quarto, computador (maldição que vicia mais que qualquer droga ilícita). Não sobra tempo para pensar em comida. Daí chega quase 22:00h, minha mãe berra: RAFAEL, O QUE VOCÊ VAI LEVAR DE ALMOÇO AMANHÃ? E aí eu penso: PQP, sei lá eu, tenho coisas mais importantes pra pensar. Então eu faço (a maioria das vezes eu peço pra fazer hihi) um prato que eu já comi 400 vezes, que não vai me sustentar, e chega o fim-de-semana onde eu tenho tempo de pensar entre o curso de inglês e o rolê eu reclamo que minha alimentação é muito repetitiva.
"O que caracteriza melhor o ser humano, o medo ou a preguiça?" O que eu tenho é medo de gastar dinheiro e tempo à toa em novas receitas, novos ingredientes, nova alimentação? Ou preguiça de começar todo esse processo, tendo em vista meu universo íntimo caótico? De uma coisa eu sei: Voltar a comer carne, jamais! Nenhum animal tem culpa se eu não tenho nem a capacidade de administrar minhas refeições. Promessas de mudanças eu já fiz muitas, e essa postagem é o último ato desesperado (meldels, quanto byronismo por causa de comida!) de alguém que não está em paz consigo mesmo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A expressão máxima da emoção em melodia

Screamo (também conhecido como powerviolence, chaotic emo, skram, etc, etc, etc...) é um gênero música derivado do hardcore que, como muitos outros, teve seu significado extremamente deturpado.
Com influência do post-hardcore de Washington (Fugazi, Nation of Ulysses), straight-edge e até mesmo bandas de post-punk como Joy Division e Bauhaus caracteriza-se por constantes gritos e guitarras ora caóticas, ora melódicas, porém, há bandas como I Would Set Myself on Fire for You que incluem outros insrumentos como o violoncelo. O subênero nasceu no Ché Café, em San Diego, se espalhou pelo mundo e hoje possui cenas na costa leste americana (Off Minor, Hot Cross), na Itália (La Quiete, The Death of Anna Karina), na França (Amanda Woodward, Daïtro, Sed Non Satiata) no Japão (Envy) e até mesmo no Brasil (Liberdade Após a Raiva, A Culpa é Cinza). A popularidade é mínima, mas a quantidade de bandas que se encaixam nesse gênero musical é imenso. além dos já citados, Saetia, Orchid, Song of Zarathustra, Toru Okada, Takaru, Mesa Verde, 3 Segundos Antes da Queda, My Own Private Alaska, Die Emperor, Die!, Tristan Tzara, Belle Époque, Oh, Appollo!, The Blood Brothers, I Hate Myself, etc... fazem parte desse fascinante universo de amor, ódio, e expressão máxima de idéias e sentimentos.
Resolvi fazer uma postagem sobre o mesmo pois, além de ser um tipo de música quee eu ouço há quase três anos, hoje encaro-o com muito mais seriedade, pois, através de gritos apaixonados (quando digo apaixonados, não me refiro necessariamente à amor) e experimentalismo fascinante com as guitarras (fascínio esse que até um total leigo como eu pude notar), o screamo consegue encaixar suas letras em n assuntos diferentes, desde a narração de um amor acabado em "Vennus and Baccus" do Saetia, até discursos engajados como "Urban Baribe" do I Hate Myself, ou mesmo receber influências de artistas e filósofos como Anna Karina, Tristan Tzara e Friederich Nietzsche.

domingo, 31 de maio de 2009

Amor, dor, ódio, reconciliação e vingança.

Após assistir o filme Sympathy for Lady Vengeance, (http://www.imdb.com/title/tt0451094/), terceira parte da cultuada Trilogia da Vingança do diretor sul-coreano Chan-Wook Park, é impossível não pensar em assuntos como ódio, direito de resposta, vingança, meta de vida, perdão, compreensão, etc.
A trama conta a triste história de Lee Geun-ja, uma mulher que após cumprir 13 anos de pena por um crime que não cometeu, deseja vingança, acima de tudo. Óbviamente, o filme vai MUITO além disso, mas só assistindo mesmo.
Partindo para a vida real, sempre, desde criança somos condicionados a não levar desaforo para casa, a comprar briga por qualquer motivo. Que pais que, ao verem dois irmãos brigando por um motivo banal, procura conversar pacientemente com os dois, ao invés de simplismente sair deixar os dois de castigo e forçar um pedido de desculpa de ambas as partes? Desde quando "desculpa" e algumas horas sem ver televisão resolvem alguma coisa, meu Deus do céu? Imagina se resolvesse, que maravilha! O mundo com certeza seria um lugar mágico, repleto de amor e compreensão e... MAS NÃO É! Por onde você olha a violência está presente. E mais presente ainda está o estímulo à violência. Nossos pais nos punham de castigo quando brigávamos com nosso(s) irmão(a)(s) para nos ensinar a conviver pacíficamente com as pessoas, mas eles não enxergaram que dessa maneira, a única coisa que eles conseguiriam é duplicar raiva de ambos, pois, além do ódio que gerou a briga continuar, temos que fingir que tudo passou e perdoamos! E isso fica guardado por anos, e vai se acumulando a medida em que novas brigas vão surgindo, e quando nós paramos para pensar, fomos educados a engolir as pessoas, não a perdoa-las. Aliás, perdão é uma palavra que está saindo do vocabulário das massas e seu significado, hoje em dia, só tem sentido nos sermões e textos religiosos, pois ninguém o pratica (quem tem que conviver com uma pessoa cujo "santo não bate" que atire a primeira pedra!) e pior que não praticar é não ter a consciência de que isso só atrasa a sua vida, que o orgulho não leva a nada, que as pessoas cometem erros, são criadas de maneira diferentes e que vingança é um prato que se come quente demais.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Noite urbana

Hoje resolvi dedicar minha noite, minhas preciosas horas em que estou em casa para me dedicar àquilo que me convém. Ou não.
A claridade do dia, o trânsito constante de pessoas, o uniforme branco, a calça skinny, o tênis desgastado, a caneta, as palavras segunda, terça, quarta, quinta, sexta, dia de semana, manhã, tarde, etc. aos poucos estão virando pontes que ligam à palavra "obrigação". E por que não dizer, à palavras e expressões como fordismo, rotina, alienação, ausência de liberdade de escolha. Ou não.

A rotina urbana me encanta desde tenra idade. Longe da cidade me sinto deslocado. Mas hoje eu pensei: até onde a vida urbana moderna permite cada um de nós ser quem realmente somos? Será que temos falta ou excesso de liberdade de movimento, de pensamento, de expressão, enfim? E em que ponto a vida em sociedade ajuda nessa liberdade? Em que ponto ela é um obstáculo? Quem é mais livre: o cidadão das metrópoles ou o hermitão? Seria eu um objeto de manipulação em massa por aceitar essa convivência em massa que chamamos de cidade? Seria eu um niilista por contestá-la?

Talvez essas pergunas nunca seriam respondidas. Para falar a verdade, quaisquer respostas para essas perguntas estarão corretas e erradas. Quanto o que vou fazer da minha noite... amanhã eu descubro.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Minhocas

Sinto que tenho um verdadeiro húmus na minha caixa craniana. Alguém me receita um bom veneno pra essas minhocas que estão me atormentando?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Insânia de um simples

"Apraz-me, adstrito ao triângulo mesquinho
De um delta humilde apodrecer sozinho
No silêncio de minha pequenez."
Augusto dos Anjos

Após trocar os nomes várias e várias vezes, resolvi colocar um nome que, espero eu, dure para o resto da vida desse blog. Para quem não conhece, Insânia de um Simples (no singular mesmo, o nome está no plural, pois já há um blog chamado insaniadeumsimples) é um soneto de Augusto dos Anjos, uma figura singular na poesia brasileira, e de cuja lírica era composta por temas até então considerados anti-poéticos (e.g.: a prostituição, a decomposição de cadáveres, as doenças, etc.) que me fascina pelo sua postura afrontadora diante de tudo o que até então era considerado aceitável no gênero lírico.
A cada dia que passa, me sinto menor e mais insignificante, por ter uma vida regida pelo "pouquismo" (pouca vida social, pouca desenvoltura ao falar ou escrever, poucos esforços nos estudos, pouca força de vontade para lutar à favor dos meus ideais...). O pouquismo só não me sufoca mais do que a consciência de que depende única e exclusivamente de mim, acabar com essa agonia e espero que, através desse blog, eu possa não acabar com isso, pois não sou tão ingênuo que vou solucionar esse problema aqui, mas pelo menos desafogar as mágoas de meu caótico mundo interior.

sábado, 25 de abril de 2009

Não concordo com uma palavra sequer do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-las.

OK, eu sei que essa frase soa exageradamente cult-arrogante-clichê. Mas é isso. a síntese das minhas intenções ao criar esse blog são essas.
Ao mesmo tempo que sei ser compreensivo, e ouço diversas opiniões sobre quaisquer assuntos, exigo que as pessoas respeitem isso de mim. Afinal não vivemos em um mundo heterogêneo, com conceitos de certo e errado definidos por uma linha imaginária. Se for analisar bem, não existe certo ou errado. Existem escolhas, opiniões e, principalmente, consequências... agora, quem pode dizer se essas escolhas, opiniões e consequências estão certas ou erradas é o seu caráter, que por sinal, tem que estar muito bem formado para decidir o que é bom ou ruim para si mesmo e para o seu próximo.