quarta-feira, 6 de maio de 2009

Noite urbana

Hoje resolvi dedicar minha noite, minhas preciosas horas em que estou em casa para me dedicar àquilo que me convém. Ou não.
A claridade do dia, o trânsito constante de pessoas, o uniforme branco, a calça skinny, o tênis desgastado, a caneta, as palavras segunda, terça, quarta, quinta, sexta, dia de semana, manhã, tarde, etc. aos poucos estão virando pontes que ligam à palavra "obrigação". E por que não dizer, à palavras e expressões como fordismo, rotina, alienação, ausência de liberdade de escolha. Ou não.

A rotina urbana me encanta desde tenra idade. Longe da cidade me sinto deslocado. Mas hoje eu pensei: até onde a vida urbana moderna permite cada um de nós ser quem realmente somos? Será que temos falta ou excesso de liberdade de movimento, de pensamento, de expressão, enfim? E em que ponto a vida em sociedade ajuda nessa liberdade? Em que ponto ela é um obstáculo? Quem é mais livre: o cidadão das metrópoles ou o hermitão? Seria eu um objeto de manipulação em massa por aceitar essa convivência em massa que chamamos de cidade? Seria eu um niilista por contestá-la?

Talvez essas pergunas nunca seriam respondidas. Para falar a verdade, quaisquer respostas para essas perguntas estarão corretas e erradas. Quanto o que vou fazer da minha noite... amanhã eu descubro.