quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sou uma fruta que caiu de madura da copa da árvore anciã e ficou com uma metade rançosa que apodrece com o passar dos tempos. E ainda por cima tem um pedacinho que foi comido por uma lagarta. Será que dá pra aproveitar alguma coisa ainda ou a única solução é nascer outra no lugar?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Buracos

É uma ausência. Não é de alimento, todos as minhas refeições foram feitas, aliás, eu acabei de terminar uma. Não é de afeto, me vejo cercado por pessoas queridas, que me dão e de mim recebem imenso carinho. Não é de dinheiro: posso não ter muito materialmente, mas ao mesmo tempo não tenho gastos, na condição em que me encontro o dinheiro seria algo quase que supérfluo, eu não saberia o que fazer com ele. Não é de saúde, aliás, esses dias eu me curei de uma gripe, estou ainda com aquela sensação de "como a vida é maravilhosa quando sua garganta não dói". Mas essas paredes me deprimem, essa luz me cega, todos esses livros, essas músicas, essa arte maldita, cansativa, desgastante que tanto me encanta mas agora, exatamente neste momento, me consome, me faz mal. Do que preciso? Será que realmente preciso de alguma coisa nova? Se essas perguntas tivessem mais resposta eu agora seria uma pessoa mais alegre.