sábado, 29 de maio de 2010

As cores da guerra


Do lado de fora, o horizonte de milhões de cinzas, onde cada uma dessas partículas de massa desprezível traz em si todo um universo formado por sofrimento, dor, e, quem sabe, um vestígio de esperança.
Do lado de dentro, um feixe de pensamentos e sentimentos que num instante atemporal virou um emaranhado obscuro de difícil saída que, lentamente aperta o coração e a alma de um pobre soldado que um dia acordou e viu a si próprio no meio da guerra.

Não importa como ele chegou aqui, não importa porque ele está aqui, não importa qual seu papel aqui. O que importa é que esse soldado, um ponto de escuridão num universo de luz está encarregado de trazer um pouco de cor para essa terra cinza. Mas o problema é que ninguém insinou ele a achar cores em paisagens sem luz.

sábado, 22 de maio de 2010

Sobre pássaros e rios


Um dia ou outro todo mundo se deixa levar pela forte correnteza da vida. Andar junto com as águas bravias da rotina e dos problemas é algo tão fácil e tão cômodo que não é de se surpreender ao se ver sendo levado por tais fluxos somente quando você esbarra em alguém que bravamente luta contra esse rio.
Mas o problema maior vem quando começamos a exergar há quanto tempo estamos vendo passivamente os dias passarem. Passa-se então a imaginar como seriamos e onde estariamos agora se, no nosso passado, não tivéssemos dó de nós mesmos. Se não fossemos ociosos. Se lutássemos contra as nossas dificuldade. E aí você para e pensa: o que eu fiz da minha vida até agora?
Mas... o bizarro é que mesmo tendo consciência de todos os erros, de todas as cabeçadas e de todo o império milenar que virou ruína pela inércia do próprio imperador, a impressão que se tem é que há uma força cósmica que nos impede de mudar. Por mais que foquemos num projeto grandioso de reforma íntima... sempre ficamos aquém do esperado.
Será que só eu sinto isso?O que me dá mais medo, não é a minha atitude em si, mas como essa atitude influenciará aqueles que estão ao meu redor.Pois é, andorinha... minha cantiga é mais triste.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Rafael Duarte ou o eterno fracasso de estar


Por mais que eu quisesse apresentar aqui um texto apetitoso e bem feito (e para tal, nada mais primordial do que uma boa introdução para que a leitura não fique exaustiva), não só não consigo como não posso, pois meu ego fala mais alto do que a minha paixão pelas palavras. O fato é que eu estou tornando a minha atual fase da vida um inferno e os motivos são os mais diversos possíveis e ao mesmo tempo não existem. E é justamente nessa polaridade e nesse paradoxo em que eu me encontro e não vejo outra saída senão... como diria Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodiguez-Lopez, sacudir pelas raiz.
Fui levado pela minha inércia que, se não for quebrada em breve, me levará à morbidez e ao desespero. Não importa os motivos, não importa os fatos, nem nada do que passou até 30 segundos atrás, eu preciso mudar e mudar logo, senão esse ano de 2010 um desnecessário umbral terrestre. Por isso a partir de agora meus dedos se tornam punhais ao entrar nesse website e, ao começarem a realizar sua tarefa de digitar, apunhalarão minha consciência afim de criar uma sangria que finalmente me levasse à cura e à paz de espírito.