sábado, 27 de março de 2010

Para o desconhecido

Dentro de mim há um caminho nada secreto. Sem modéstia eu digo que esse caminho é como uma rodovia expressa. Uma estrada infinita e muito bem cuidada, que compete entre as dez mais.
Mas esse caminho de fácil transitação esconde um segredo de Estado: seu começo, seu fim e principalmente o sei meio são incertos. Uma viagem por esse caminho pode te levar à campos floridos, repletos de cores, formas e cheiros. Podem te levar a um maçante e sufocante deserto. Uma floresta que a luz do céu colabora para realçar suas belezas e encantos. Mas que na ausência dessa luz, é a mais pura definição do caos. Pode ser o paraíso, o limbo, ou o inferno.
Mas felizmente há um mecanismo que regula e controla esses destinos incertos, de maneira que se o viajante tiver total controle sobre esse mecanismo, ele pode fazer da sua viagem a experiência mais inesquecível do mundo.
Mas como tudo na vida tem um preço, para poder controlar esse mecanismo tão poderoso. É preciso saber usá-lo muito bem. Agora você me pergunta: e como posso aliciar esse instrumento. Para seu azar, filósofos, sociólogos, artistas e literatos tentam resolver essa mesma pergunta há mais tempo do que você imagina. Para sua sorte, você pode ser o primeiro a conseguir resolver essa pergunta, basta querer com vontade, com força e não desistir jamais. Aceita o desafio?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ponto morto


Eu nunca temi a vida urbana, muito pelo contrário: de um tempos pra cá ocupar a cabeça tem sido quase que uma terapia, já que me livra da tarefa dolorosíssima de pensar em mim mesmo.
Mas finalmente chega uma hora em que não podemos fugir do nosso compromisso perante o nosso eu. E é nessa hora que dói. Ou pelo menos deveria doer.
Para muitos a reflexão é um ato que incomoda, que trás maus sentimentos porque ao pensarmos em nós mesmos tomamos a consciência de nossos erros, de nossos pecados. Na maioria das vezes isso é tão chato, tão incômodo que essa freada em prol de uma busca intimista só acontece porque algo mais forte que nós mesmos nos impôs isso de alguma maneira. E adivinhem só?! Comigo não foi diferente. Eu briguei novamente com meu irmão, eu novamente não consegui estudar nem 10% daquilo que eu pretendia, eu novamente me frustrei e eu novamente enfiei a cabeça na almofada mais próxima e comecei a buscar uma resposta uma solução quando de repente me veio uma cachoeira de informações que estavam sempre ali, na frente do meu nariz mais eu ignoravam. E essa cachoeira de informações se resumem em três versos do Fernando Pessoa: Não sou nada/Nunca serei nada/Não posso querer ser nada. Quem conhece o poema "Tabacaria" sabe que para acabar a estrofe falta mais um versinho: "À parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo". E é exatamente isso que eu não senti. Ao ver refletido no espelho uma imagem horrorosa de mim mesmo (talvez uma das piores que eu já vi) eu apenas não senti nada. Aquilo não me fez espernear, chorar, não me fez sentir um vazio enorme dentro de mim que me desse desespero por preenchê-lo. Nada. Eu sei que eu preciso mudar, eu sei que do jeito que está não dá... mas e aí? Isso não me abala.
Essa falta de sentimentos pode ser interpretada de duas maneiras: em algum lugar dentro da minha mente eu tenho a consciência de que há uma luz tênue no fim do túnel; ou então eu apenas desisti de viver e não percebi. E Deus sabe como eu espero que a primeira hipótese seja

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vacas magras

Pastos verdes e com grama alta é o sonho de qualquer um. E sim, é o meu maior sonho a curto prazo. Mesmo assim é prudente ter a consciência de que quanto maior e melhor seu pasto, mais trabalho ele vai dar. Quer dizer, sempre vão aparecer uns animais (e me limito a não especificar que animais para não julgar) que querem aproveitar da fartura de seu pasto. Além do que o instinto animal em nós sempre vai estar lá pronto a nos fazer sentir superior a tudo e a todos simplesmente porque demos a sorte de ter um pasto melhorzinho.
A procura por um bom pasto não é nem um pouco repreensível, mas o meu maior medo, depois do medo de não conseguir um que atenda as minhas necessidades, é que, ao conseguir, esse meu porto seguro seja o motivo da minha desgraça. O que posso fazer é focar no meu alvo e não me deixar atingir por malefícios que inevitavelmente virão com a minha busca. Desejo sorte a todos aqueles que estão comigo.