sábado, 10 de setembro de 2011

Trabalhar, trabalhar... cada vez mais

Manter meu corpo e mente ocupado me cai hoje como um vício, não vejo saída senão no trabalho, no estudo, tarefas domésticas, ou qualquer coisa que me dê folga de mim. Me espanto quando vejo meu reflexo, não consigo pensar na ideia de estar confinado comigo mesmo, preciso sempre manter minha alma distante, senão me desespero, me rasgo, morro de espanto e desgosto.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tem horas que escrever parece uma questão de vida ou morte. Sinto meu pescoço roçar numa corda grossa e meus pés bambos num chão que, para se manter firme e sólido precisa do alicerce das palavras tiradas do fundo da alma. Palavras essas recolhidas em meio ao desespero de um condenado. E aí meus dedos percorrem desesperadamente pela superfície mole do teclado, tentando me salvar de algum jeito. O resultado normalmente é um texto estranho, bizarro, com vida curta, que apodrece em poucas horas.
Talvez hoje eu andei, em quilômetros, metade do que eu previa pra semana inteira. Fui entregar minha documentação na escola em que eu darei aula (em breve o rafinha aqui vai também atender como Teacher Rafa, que orgulho!). Desci na estação Vila Mariana e, na doce ilusão que eu chegaria em dois palitos na escola, eu desciiiiiiiii a avenida Lins de Vasconcelos até não poder mais. Depois de um quilômetro eu me emploguei e, quando eu vi, passei do número. Mas eis que eu acho meu tão esperado destino, e de surpresa me vejo na frente de uma fortaleza verde (as cores da escola são vermelho e azul), com portaria, dois prédios e garagem com senha de acesso. Tão diferente do agradável ambiente das escolas... Entrei, sentei e me cheguei... mal podia eu imaginar que eu ia permanecer naquele lugar por pelo menos três horas. Depois de ter que pegar um ônibus pra abrir conta num banco, me atrapalhar todo na hora de guardar minha mochila e a bolsa da moça que foi comigo pra também abrir a conta dela, e outras gafes do tipo eu cheguei na minha casa. Liguei pra minha mãe e fui com toda a sede de uma dor de cabeça desnorteante ao pote milagroso de neosaldina. Aí que eu me desnorteei mais ainda. Em poucos minutos eu estava nocauteado de tanto sono, não conseguia articular pensamento nenhum. Não pensei duas vezes antes de tirar meu cochilo de redenção. Acordei ainda sob o efeito do analgésico, misturado a uma fome avassaladora e uma estranha sensação de deslocamento, como um estrangeiro em minha própria casa. E dessa vertigem de sensações, passei do riso ao choro e aqui me encontro ruminando essa coisa sem cor nem forma, mas com presença marcante, como um espírito que suga minha razão e consciência