domingo, 16 de janeiro de 2011

Todo dia um ninguém José acorda já deitado. Pois é, ainda sob efeito ainda da Atensina, eu acordei 15 mintos antes do almoço, já pensando nas horas perdidas durante a manhã. Mas acordei de bom-humor, brinquei com a minha mãe sem nem ter escovados os dentes ainda.
Depois do almoço, eu chego no meu quarto e vejo meu irmão sentado na minha mesa, usando meu notebook. Uma coisa que me deixa possesso é ver alguém instalado no meu quarto, sem me dar a privacidade de usá-lo. Como se não bastasse o fato de que, desde que eu ganhei esse note ele simplesmente esqueceu de tudo mais que existe em casa, eu ainda não recuperei a privacidade do meu quarto, que pra mim é essencial. Não sei, pode parecer egoísmo da minha parte e sei bem que quando eu estiver fazendo faculdades eu não poderei gozar da regalia de ter um cômodo só meu, mas o ato de cruzar a porta do meu quarto é uma expressão de desejo de privacidade absoluta. Não suporto quando alguém senta na minha mesa, deita na minha cama, abre a porta do meu guarda-roupa como se estivesse sentando na mesa de jantar, deitando no sofá da sala de estar ou abrindo a porta da geladeira que todo mundo usa. O que importa é que, ao ver meu irmão instalado no meu ambiente, fui procurar a solidão em outro cômodo da casa, ignorando a organização urgente do meu espaço.
Passado o almoço e a formalidade das panelas e pratos limpos, fomos às compras. Distraídos com o agressivo mundo de cores e tentações que somente o consumismo proporciona, acabei chocado com o resultado final, aumentando minha angústia ainda mais. Até o caminho de casa mais dois pontos para o estresse. E aí vem o escapismo, a vontade de engolir de uma vez a caixa de remédios que envenena o armário da cozinha. Agora estou aqui, selando a fogo a raiva acumulada de uma linda tarde de domingo que, por razões de ordem biológica e metafísica, se tornou mais frustrante do que mil segundas-feiras.