domingo, 20 de dezembro de 2009

A epidemia que se estende

"Nós estamos no último promontório dos séculos! [...] O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, porque criamos a velocidade eterna e onipresente."
(Filippo Tommasio Marinetti em "O Manifesto Futurista". Paris: Le Figaro, 1909, 8º parágrafo.)


Pois é, gostaria eu que o Manifesto Futurista estivesse errado, mas não está e eu estou sentindo na pele a verossimilhança desse parágrafo acima supracitado. Resumindo: comecei a ver um filme pelo pc, faltam uns 50 minutos pra acabar e, apesar de eu estar gostando dele eu não aguento mais assistir. A ansiedade toma conta de mim, a tentação de pausar o filme e clicar na raposa do Firefox e fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo ao invés de ficar apenas sentado, vendo filme. Pois é, criamos a velocidade eterna e onipresente. Afinal, a partir do momento em que você aprende a deixar sete janelas do seu computador abertas, cada uma subdividade em 3 abas, é facil ficar olhando pro monitor e enxergar apenas um filme rodando?